Ao falar do filme "The Notebook" num blog sobre piano, é impossível não mostrar o excerto do filme onde a própria Allie (Rachel McAdams) toca piano para um atento Noah (Ryan Gosling). A peça escolhida foi o Prelúdio nº4 de Chopin, Op 28, que aqui já mostrei duas vezes, interpretada por Grigory Sokolov (aqui) e por Alexei Volodin (aqui).
No filme, o piano está velho e desafinado, o que para alguns, ainda dá mais charme à peça, enquadrando-se perfeitamente no ambiente do filme. Até o nome se enquadra com perfeição, pois o "Prelúdio" de Chopin serve de prelúdio ao beijo entre Allie e Noah.
Prelúdio Nº 4 de Chopin tocado pela própria Rachel McAdams.
A música criada para banda sonora de filmes tem de possuir qualidades especiais. Deve ajudar a transmitir os sentimentos que o guião do filme pretende apresentar, marcar o ritmo e amplificar ambientes, e deve respeitar a linguagem que o realizador quer utilizar. Tudo isso sem tomar o papel de protagonista sobre actores e imagens.
Um compositor que o consegue na perfeição é Aaron Zigman. Nascido nos EUA em 1963, cedo começou a compôr. Trabalhou, entre outros, com Aretha Franklin, Natalie Cole, Ray Charles, Sting, Phil Collins, Seal, Tina Turner e Christina Aguilera. A partir de 1990, entra na indústria cinematográfica. Compôs para vários filmes, entre os quais o grande êxito de 2004 "The Notebook".
Vários são os temas originais de Aaron Zigman em "The Notebook". Para piano destaco o tema principal.
Aqui fica um video deste tema acompanhado de imagens do filme. Não posso deixar de o recomendar vivamente.
Maria João Pires num concerto memorável. Conduzida por John Eliot Gardiner, a orquestra Wiener Philharmoniker acompanha a pianista portuguesa interpretando o Concerto nº9 em Mi bemol maior K271 para piano e orquestra de Wolfgang A. Mozart.
Este concerto para orquestra e piano, conhecido como "Jeunehomme", data de 1777, composto quando Mozart tinha 21 anos.
Os Supertramp são uma banda britânica formada em 1969. A sua música foi categorizada como rock progressivo, como rock tradicional ou como rock artístico. Os trabalhos desta banda foram marcados pela originalidade de Rick Davies e Roger Hodgson e pelo uso de piano e teclas, especialmente por Rick Davies.
"Retrospectable" é uma edição em dois CDs de retrospectiva da carreira dos Supertramp, editado em 2005. Contém os êxitos mais notáveis, em gravações de estúdio ou ao vivo, de todos os albuns deste grupo.
A faixa "Another man's woman" de Rick Davies e Roger Hodgson foi editada no album "Crisis, What Crisis?" de 1975. A versão que surge nesta retrospectiva foi gravada ao vivo. Originalmente apareceu no album "It was the best of times", gravado em 1997 no Royal Albert Hall.
Ao piano está Rick Davies. De destacar o solo que começa aos 2.30 min, e que aos 4.45 se torna verdadeiramente vertiginoso.
Este tema foi sugerido pelo meu amigo Fernando a quem dedico este post.
Outro compositor e artista contemporâneo que faço questão de aqui trazer é Wim Mertens. Nascido na Bélgica, em 1953, começou a compor em 1980. Tem mais de 50 albuns editados.
A peça que o apresenta é "Struggle for pleasure", tema lançado em 1983. É o tema utilizado pela operadora telefónica belga "Proximus" e aparece no file "The Belly of an Architect" de Peter Greenway. Já foi recriado de várias formas diferentes.
Este video é do próprio "Wim Mertens Ensemble" interpretando este tema.
A Gulbenkian começou a temporada deste ano de recitais de piano com o pianista Alexei Volodin, no passado dia 8 de Outubro de 2012, num programa composto pelas obras de: Franz Schubert - Quatro Improvisos, D. 899 Ludwig van Beethoven - Sonata nº 8, op. 13, Patética Piotr Ilitch Tchaikovsky - Suite de O Quebra-Nozes (arr. de Mikhail Pletnev) Nikolai Kapustin - Sonata nº 2, op. 54
Como ilustração aqui fica Alexei Volodin interpretando 24 Prelúdios de Chopin - Op 28.
Chamo especial atenção para a sua interpretação do Prelúdio Nº4 aos 4min 23 seg.
24 Preludes Op 28
1. Agitato -- Dó maior - Reunion (00.03)
2. Lento -- Lá menor - Presentiment of Death (00.43)
3. Vivace -- Sol maior - Thou Art So Like a Flower (03.26)
4. Largo -- Mi menor - Suffocation (04.23)
5. Molto allegro -- Ré maior - Uncertainty (06.26)
6. Lento assai -- Si menor - Tolling Bells (also played at Chopin's funeral) (06.57)
7. Andantino -- Lá maior - The Polish Dancer (09.12)
8. Molto agitato -- Fá# menor - Desperation (9.50)
9. Largo -- Mi maior - Vision (11.55)
10. Molto allegro -- Dó# menor -The Night Moth (13.31)
11. Vivace -- Si maior - The Dragonfly (13.59)
12. Presto -- Sol# menor - The Duel (14.36)
13. Lento -- Fá# maior - Loss(15.49)
14. Allegro -- Mib menor - Fear (19.38)
15. Sostenuto -- Réb maior - Raindrop Prelude (20.09)
16. Presto con fuoco -- Réb menor - Hades (25.23)
17. Allegretto -- Láb maior - A Scene on the Place de Notre-Dame de Paris (26.24)
18. Molto allegro -- Fá menor - Suicide (29.16)
19. Vivace -- Mib maior - Heartfelt Happiness (30.04)
20. Largo -- Dó menor - Funeral March (31.07)
21. Cantabile -- Sib maior - Sunday (33.02)
22. Molto agitato -- Sol menor - Impatience (34.38)
23. Moderato -- Fá maior - A Pleasure Boat (35.21)
24. Allegro appassionato -- Ré menor - The Storm (36.17)
Daniel Barenboim é uma referência no que diz respeito às sonatas para piano de Beethoven. Lang Lang é um virtuoso fantástico. E eu gosto de poder comparar as diferentes interpretações, para poder apreciar as subtilezas do caracter individual de cada artista.
A Sonata para piano n.º 3 en Dó Maior, Opus 2 n.º 3 é perfeita para isso.
Daniel Barenboim é uma referência no que diz respeito às sonatas para piano de Beethoven. Lang Lang é um virtuoso fantástico. E eu gosto de poder comparar as diferentes interpretações, para poder apreciar as subtilezas do caracter individual de cada artista.
A Sonata para piano n.º 3 en Dó Maior, Opus 2 n.º 3 é perfeita para isso.
Daniel Barenboim é uma referência no que diz respeito às sonatas para piano de Beethoven. Lang Lang é um virtuoso fantástico. E eu gosto de poder comparar as diferentes interpretações, para poder apreciar as subtilezas do caracter individual de cada artista.
A Sonata para piano n.º 3 en Dó Maior, Opus 2 n.º 3 é perfeita para isso.
Daniel Barenboim é uma referência no que diz respeito às sonatas para piano de Beethoven. Lang Lang é um virtuoso fantástico. E eu gosto de poder comparar as diferentes interpretações, para poder apreciar as subtilezas do caracter individual de cada artista.
A Sonata para piano n.º 3 en Dó Maior, Opus 2 n.º 3 é perfeita para isso.
I. Allegro con brio:
Primeiro andamento - Daniel Barenboim
Gravado ao vivo na Staatsoper de Berlim em 2005
Primeiro andamento - Lang Lang
Gravado ao vivo em Viena - 2010
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Brad Mehdlau é um pianista jazz norte-americano nascido em 1970.
As suas influência foram múltiplas considerando o prórpio que as principais foram Franz Schubert, Oscar Peterson, Keith Jarrett, Miles Davis e John Coltrane.
O video que aqui o introduz é a sua interpretação ao vivo do tema "50 ways to leave your lover" original do seu album de 2005 "Day is done".
Diana Krall é uma cantora e pianista canadiana, nascida em 1964, conhecida pelas suas interpretações em contralto. Diana Krall acompanha-se a si própria frequentemente ao piano, esquecendo-se até por vezes de cantar.
"You're my thrill" é um tema de 1933, composto por Jay Gorney e Sidney Clare, já interpretado por múltiplos artistas, como Ella Fitzgerald e Chet Baker.
Diana Krall interpreta este tema no seu album "Quiet Nights" de 2009, album muito dirigido para a sonoridade da bossa nova brasileira.
Este vídeo foi gravado no "Vivo Rio" em 2008, no Rio de Janeiro e editado no DVD "Live in Rio". Diana Krall é aconpanhada por John Clayton no contrabaixo, Jeff Hamilton na bateria, Anthony Wilson na guitarra, Paulinho DaCosta na percursão e pela Orquestra do Rio de Janeiro. Para quem só queira ouvir o piano, pode avançar o video para 2.52.
Erik Satie foi um compositor francês (1866 - 1925), figura conhecida da "avant-garde" parisina. Foi um precursor de movimentos artísticos como o minimalismo e a música repetitiva.
As "Gymnopedias " publicadas em Paris a partir de 1988, são três composições para piano deste compositor. Estas pequenas peças, plenas de atmosfera, foram escritas num compasso 3/4, partilhando um tema e uma estrutura comuns. Em conjunto, são vistas como um importante precursor da música ambiental moderna.
São peças delicadas mas um pouco excêntricas que desafiam a tradição clássica. As melodias usam dissonâncias suaves mas deliberadas, no contexto da harmonia, produzindo um efeito melancólico ligeiramente provocante que estão espelhados nas respetivas instruções, que recomendam a sua interpretação de uma forma lenta e dolorosa.
Neste video a Gymnopedie N1 de Erik Satie é interpretada por Lorenzo Medel, jovem pianista filipino (1996), vencedor do primeiro prémio do National Music Competitions for Young Artists Foundation em 2009.
E porque para saborear bem uma obra devem ser apreciadas mais do que uma interpretação, aqui fica a visão de Aldo Ciccolini, pianista francês nascido em Nápoles. A gravação é de 1979.
Tom Waits é um artista norte-americano que se caracteriza pela sua voz rouca quase inconfundível. Também as suas letras estranhas e bizarras dão um toque único às suas composições. O estilo musical é difícil de definir percorrendo o jazz, o rock, o folk e os blues, por vezes experimentalista, mas sempre com um cunho muito pessoal.
Nasceu na Califórnia,em 1949, e editou perto de 30 albuns ao longo da sua carreira. Atua geralmente sentado ao piano, rodeado de fumo de tabaco e, talvez, de um copo de vinho não muito longe.
Foi a Tom Waits que António Pinho Vargas dedicou uma composição, já aqui apresentada.
"On the nickel", com música e letra do próprio Tom Waits, é o sétimo tema do album "Heartattack and vine" editado em 1980, último album deste artista editado pela Asylum.
Na época estas peças eram tocadas também em cravo. Para poder comparar as duas sonoridades, retomo a mesma peça de Scarlatti, aqui interpretada por Mário Trilha, músico português que se tem dedicado a este instrumento.
Domenico Scarlatti (1685 - 1757) foi um dos principais compositores da época barroca. Esta época estendeu-se aproximadamente entre 1600 e 1750 e antecede a época clássica. Como curiosidade refira-se que o termo barroco vem da língua portuguesa e quer dizer "pérola imperfeita". Caracteriza-se pela pesada ornamentação que as suas sequências musicais apresentam. Outros compositores desta época são Bach e Vivaldi.
Scarlatti destacou-se pela composição das suas 555 Sonatas.
Viveu grande parte da sua vida em Portugal e em Espanha, primeiro como professor de música da Infanta Maria Madalena Bárbara (filha de D. João V e da Arquiduquesa Maria Ana de Áustria) e depois, após o casamento desta com o futuro rei Fernando VI de Espanha, acompanhou a futura rainha de Espanha para Madrid como seu Mestre de Música.
Maria João Pires é um dos maiores expoentes do piano em português. Nascida em 1944, torna-se reconhecida internacionalmente ao vencer o concurso internacional do bicentenário de Beethoven em 1970, que se realizou em Bruxelas.
Neste video, gravado em 2007, apresentado no canal japonês BS 2, interpreta o K208, sonata de Domenico Scarlatti, com a sensibilidade, delicadeza e musicalidade que fazem dela uma das grandes pianistas do nosso tempo.
Melody Gardot faz parte daquele pequeno grupo de artistas que alia uma grande riqueza musical com uma capacidade interpretativa notável.
Nascida em New Jersey em 1985, começou a atuar aos dezasseis anos, em 2001. Em 2003 é vítima de um grave acidente de que resultaram lesões cerebrais. Durante a convalescença a música terá tido um papel decisivo na sua recuperação.
"Love me like a river does" é o oitavo tema do album "Worrisome Heart", album de estreia editado em 2008 pela Verve.
Esteve várias vezes em Portugal, tendo atuado no CCB em 7 de Julho de 2010, espetaculo que recordo com deleite.
A fotografia é do seu espetaculo em 2012 no Cascais Music Festival.
Neste video gravado ao vivo em Bergen na Noruega, em Novembro de 2010, Melody interpreta "Love me like a rivver does" sentada ao piano. Genial!
E para quem prefere a versão de estúdio, aqui está. Não sei quem toca o piano. Será a Melody?
A Sonata Nº 1 em Fá menor Op 2 Nº 1, foi composta em 1795 e dedicada a Joseph Haydn. Para a interpretar, socorro-me novamente de Daniel Barenboim. Foi esta sonata que abriu o primeiro concerto da série já referida, que teve lugar na Staatsoper de Berlim.
Outro tema da música popular que é lançado, embalado e conduzido pelo piano é "Clocks" dos Coldplay.
Este grupo é uma banda britânica de rock alternativo, fundada em 1996. O seu segundo album "A rush of blood to the head", de 2002, foi um sucesso comercial imenso.
Uma das faixas mais importantes é "Clocks" onde o piano, tocado pelo vocalista Chris Martin, ganha um papel de destaque. Neste tema, o riff de piano que se repete ao longo de toda a musica, é a estrela principal. Vale a pena apreciar.
Aqui fica o video oficial dirigido por Dominic Leung.
Bernardo Sassetti desapareceu de forma prematura. Em sua memória Maria de Medeiros compôs o poema que aqui transcrevo, com a devida vénia.
Para Bernardo Sassetti
Partiste com as rocas e o vento
Na dura sombra da terra
Por entre o clamor do mar
Partiste vendo e ouvindo, estou certa,
Intensamente
E no fragor da angústia e da dor
O teu espírito desmanchou o tempo,
Distanciou exasperação e dúvidas
E traçou o arco da despedida
Não te conhecia
Ou mal te conhecia
Apenas me disseste um dia
Que não fizesse uma coisa
Que já tinha feito
Que já estava feita
Leio-te agora na ausência
Vejo o homem que vê na fotografia
Ouço o homem que ouve na música
Existes nos elementos que cantam
O nosso silêncio
Regresso a Bernardo Sassetti e aos videos gravados nas Timbuktu Solo Sessions. Depois de Raquel, Alce e Três + 1, surge Inquietude.
Este tema foi gravado pela primeira vez como sétima faixa do album Indigo de Bernardo Sassetti de 2008, editado pela Clean Feeds.
Neste video aparece a versão que Vasco Wellenkamp utilizou para a sua coreografia em "Uma coisa em forma de assim" de que aqui já falámos.
Segundo Bernardo Sassetti: "Um pas-de-deux que eu vivi
em palco de forma muito emocionante, difícil de tocar, sobretudo de
manter a tensão do tempo lento. A narrativa do Vasco foi logo
interiorizada, desde os primeiros ensaios, mas a adaptação ao vivo ainda
levou algum tempo até me adaptar totalmente ao gesto coreográfico. Foi
um processo muito fascinante."
Os bailarinos que interpretaram esta peça foram Peggy Konik e Miguel Ramalho (no 1º grupo) e Alba Tapia e Shang-Jen Yuan
(no 2º.
Como contraponto à música de Bernardo Sassetti, num registo diferente e oriundo de outra parte da Europa, vale a pena ouvir o Jazz do Otto HejnicTrio. Este conjunto de origem checa é composto por Ondrej Krajňák no piano, Josef Fečo no contrabaixo e Otto Hejnic na bateria.
O trio, com influências da música clássica e do jazz tradicional , toca um Jazz melódico extraordinário e original. As composições são suas.
No album "One" de 2012, aparece como nono tema o "Preludium for Angela" que aqui trago hoje, infelizmente sem video da interpretação. Mas achei que mesmo assim valia a pena ouvir.
Outro dos grandes pianistas portugueses é António Pinho Vargas.
Nesta primeira apresentação trago uma composição sua intitulada "Tom Waits" editada no album de 1987, "As Folhas Novas Mudam de
Cor". Este tema tornou-se numa das referências obrigatórias de António Pinho Vargas.
Aqui fica um video gravado no Pequeno Auditório do CCB, em 5 de Julho 2008, com gravação e filmagem Central Musical.
Ryuichi Sakamoto é sem dúvida um pianista/compositor japonês que conquistou um lugar único na história da música.
Nascido em Takano, Japão, em 1952, formou-se na Universidade Nacional de Tóquio de Belas Artes e Música. É autor de vários CDs, e incorporou as bandas sonoras de vários filmes, entre os quais Merry Christmas Mr Lawrence, Tacones Lejano, O Pequeno Buda e O Último Imperador entre muitos outros.
Hoje trago aqui uma faixa do album "Playing the Piano" de 2009, gravado no ambiente perfeito do estúdio de gravação da Sony em Tokyo. Este album tem a particularidade de mostrar Ryuichi
Sakamoto a interpretar versões dos seus próprios temas. Estes temas são simplificados até à sua expressão mais minimalista, sendo apresentada talvez a verdadeira essência com que foram compostos originalmente.
"Sheltering Sky" ("Um chá no deserto" na versão portuguesa) é um filme italo-britânico de 1990, realizado por Bernardo Bertolucci, com Debra Winger e John Malkovitch, e que merece ser visto por todas as razões e não só por Ryuichi Sakamoto.
Aqui fica então o video de Ryuichi
Sakamoto ao piano interpretando em 2009 este tema de 1990.
E para quem é curioso aqui fica a versão instrumental para o filme, a acompanhar o trailer.
Depois do Master Class apresentado ontem, preenchido pelo virtuosismo quiçá um tudo nada exibicionista de Lang Lang e pelos comentários apaixonados e oportunos de Daniel Barenboim, é impossível não querer ouvir, sentir, saborear a mesma peça tocada pelo próprio mestre Daniel Barenboim.
De quem ficou em transe com Lang Lang, espera-se que desligue o mundo exterior e se imerse no mundo de Barenboim.
Nos videos que se seguem Barenboim toca a mesma sonata de Beethoven: "Appassionata". A Sonata nº 23 em Fá menor, Op 57 é considerada uma das mais fantásticas de Beethoven no seu período intermédio. Foi composta entre 1804 e 1806 e dedicada ao Conde Franz von Brunswick. A sua primeira edição data de 1807, em Viena. O nome pela qual é mais conhecida, "Appassionata", apenas foi atribuído a esta obra em 1838 pelo editor de um arranjo a quatro mãos já após a morte do compositor.
O concerto apresentado decorreu em Berlim, em 2005, num acontecimento único em que Daniel Barenboim interpretou as sonatas de Beethoven para piano, na íntegra, em concertos que se concentraram no espaço de duas semanas. A gravação do som e imagens são irrepreensíveis. Esta preciosidade teve lugar na Staatsoper de Berlim.
Apresentam-se os seus três andamentos. Devem ser ouvidos por ordem para receber na totalidade a ideia do compositor. Mas confesso que prefiro começar a audição pelo terceiro, depois o primeiro e o segundo andamentos e terminar com a repetição do terceiro.
Primeiro andamento - Allegro assai
Segundo andamento - Andante con moto
Terceiro andamento - Allegro ma non troppo - Presto
Hoje é o Dia Internacional da Música, instituído em 1975 pelo International Music Council, uma instituição fundada pela Unesco em 1949.
Por isso, decidi colocar aqui algo diferente, algo que permite apreciar bem o génio por detrás de uma composição bem como a mestria, a inteligência e a sensibilidade necessárias para uma interpretação de excelência.
Daniel Barenboim, nascido na Argentina em 1942, é um dos pianistas mais respeitados da atualidade. Uma das formas de o ver trabalhar é sob a forma de uma Master-Class.
Lang Lang é um pianista chinês de quem aqui voltaremos a falar.
Nos videos que se seguem, Lang Lang participa num Master Class de Barenboim, que teve lugar no Synphony Hall de Chicago em 2005 e foi gravado pela BBC. A peça interpretada é a sonata "Appassionata" de Ludwig van Beethoven Op. 57 1º Andamento.