terça-feira, 3 de janeiro de 2017

As várias faces do Prelúdio N4 Op 28 em mi menor de Chopin

O prelúdio Nº 4 Op.28 em mi menor de Chopin é uma peça cuja aparente simplicidade é deveras enganosa.

Existem, no entanto, várias formas de o tocar, igualmente belas, mas que nos fazem vivenciar ideias diferentes ao escutá-lo.

Comecemos pela interpretação de Frédéric Bernachon, autor do Método Bernachon: https://www.methode-bernachon.fr/.
A sua interpretação é inteiramente correcta, seguindo a partitura com exatidão. O ritmo que usa, no entanto, é  quase marcial. Em grande parte da peça a mão esquerda tem peso igual à mão direita e conduz o ouvinte num ritmo sustentado quase implacável.



Khatia Buniatishvili, pianista nascida na Georgia em 1987, interpreta esta obra duma forma irrepreensível mas muito diferente. Apesar de seguir o tempo com exatidão e o seu uso de rubato ser discreto, toca uma delicadeza e suavidade deliciosas. O seu acompanhamento da mão esquerda tem uma intensidade completamente controlada. Nas suas mãos parecemos estar a ouvir uma canção de embalar.




O grande Claudio Arrau, pianista chileno nascido em 1903, tem a sua abordagem desta peça muito própria. Não usa de tanta suavidade, mas introduz o rubato de forma muito mais livre. As suas constantes mudanças de tempo, colocando breves hesitações, abrandamentos e acelerações no seu percurso melódico, emprestam um sentimento pessoal à sua interpretação. Parece que nos leva com ele, em vagas irregulares, sem termos a certeza de onde virá a sua próxima onda. Mas termina deixando-nos com segurança em terra.




Grigory Sokolov, um dos maiores pianistas de sempre, vê nesta peça um lamento. Ele sabe que a melodia é a linha condutora da peça. A mão esquerda com os seus acordes deve apenas marcar presença da forma mais discreta possível, para criar o ambiente onde a melodia floresce. Grigory usa o rubato de forma muito mais livre que os outros pianistas que apresentámos antes. O tempo da melodia e do acompanhamento variam constantemente, de forma a melhor traduzir os sentimentos que pretende transmitir com cada nota.




E termino com Yuja Wang. Jovem pianista chinesa que pode já ser considerada como um génio do piano. É mais conhecida pela fantástica velocidade que consegue imprimir às peças mais dinâmicas. Aqui, vem num registo diferente. Toca Chopin com uma ternura que parece que está a ler o pensamento do próprio compositor. Usa o rubato também com largueza, chegando ao ponto de desfasar as notas das duas mãos para dar ainda mais ênfase à linha melódica. Se Chopin roubou esta peça ao céu, Yuja Wang canta-lhe a vida.



domingo, 24 de março de 2013

Ave Maria Gounod - David Paqualini

Ave Maria é uma versão popular e muito conhecida do texto em Latim da prece Ave Maria. 

Foi publicada pela primeira vez em 1853, sob o nome Meditação sobre o Primeiro Prelúdio para Piano de Bach.

Esta peça inclui uma melodia do compositor romântico francês Charles Gounod, especialmente desenhada para se sobrepôr ao Prelúdio Nº1 em Dó maior de Bach, do livro "The Well Tempered Clavier" escrito 137 anos antes. Apesar de ser atribuído a Gounod, aparentemente na realidade não foi ele que escreveu esta peça, mas antes terá sido o seu sogro Pierre-Joseph-Guillaume Zimmermann que trancreveu a improvisação de Gounod.

Anteriormente apresentei o Prelúdio Nº1 de Bach na sua versão "pura". Aqui fica então a "Ave Maria" de Gounod sobreposta ao prelúdio, interpretada por David Paqualini.




E como presente, a versão fantástica de Bobby McFerrin:


quinta-feira, 21 de março de 2013

Prelúdio Nº1 de Bach - Irena Koblar

O prelúdio Nº1 de Bach é uma peça que sobressai do repertório clássico pela sua beleza e simplicidade.

Para a tocar, trago Irena Koblar, jovem pianista eslovena, cujas interpretações se caracterizam pela sensualidade e musicalidade que coloca.

Aqui fica Irena Koblar, ao vivo, no Great Hall da Filarmónica Eslovena.




quarta-feira, 20 de março de 2013

Noturno Nº2 de Chopin - Yundi Li

E no mesmo concerto, na Polónia em 2010, o Noturno Nº2, interpretado mais uma vez por Yundi Li.

Este Noturno intitula-se Noturno em Si menor, Op. 9, Nº 2 ( enão Op 15 como está no video).




segunda-feira, 18 de março de 2013

Noturno Nº1 de Chopin Yundi Li

O noturno Nº1 de Chopin, Opus 9 Nº1, é uma peça que merece ser ouvida vezes sem conta. Já mostrei aqui a interpretação de Maria João Pires.

Hoje trago o pianista chinês Yundi Li, nascido em 1982, o mais jovem pianista a ter ganho o concurso International Chopin Piano Competition, em 2000, com apenas 18 anos.

O video foi gravado na Polónia, em Fevereiro de 2010, no recital em memória dos duzentos anos sobre o nascimento de Chopin.



sábado, 2 de março de 2013

Daniel Barenboim - Beethoven - Sonata Nº 9

A sonata Nº9 de Beethoven continua a representar o seu primeiro período .

Dedicada à Baronesa Josefa von Braun, foi composta em 1798 e estende-se por três andamentos.
Apesar da sua aparente simplicidade, esta sonata introduz o  "Strum und Drang" (tempestade e ímpeto), característica tantas vezes identificada com Beethoven. Ele consegue juntar drama e emoções, nos contrastes entre as passagens líricas e as mais texturadas. Além disso, os contrastes e variações entre modos maiores e menores são inovações que mostram bem como Beethoven trouxe o fim da era clássica e iniciou o romantismo.

A interpretação é, como sempre, de Daniel Barenboim, nos ceus concertos da Statsoper de Berlin.



Primeiro andamento: Allegro em Mi maior


Segundo andamento: Allegreto em Mi menor


Terceiro andamento: Allegro em Mi maior

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Eyolf Dale - Contemplation

Mais uma peça composta e interpretada por Eyolf Dale - Contemplation.

Gravada ao vivo em Abril 2011 em Oslo.